Um incêndio deixou ao menos 245 mortos e
cerca de 50 feridos, em sua maioria jovens, durante um show em uma casa noturna
na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, na madrugada deste domingo,
disseram autoridades locais.
As mortes foram causadas por asfixia e
pisoteamento, segundo as autoridades. Segundo o major Bastianello, comandante
do Batalhão de Operações Especiais, que confirmou o número de mortos e feridos
no fim da manhã, há 48 feridos até o momento sendo tratados em hospitais.
Havia cerca de 500 pessoas, na maioria
jovens, dentro da boate Kiss quando o fogo teve início, por volta das 2h30 da
madrugada deste domingo, segundo o major Gerson da Rosa Ferreira, que está
coordenando as operações da Polícia Militar no local.
"A boate estava cheia, como quase
sempre, pois é uma boate conhecida. Quando me deparei, eram corpos pelo chão.
Foi muito chocante", disse Taynne Vendrusculo, estudante que estava na
boate, em entrevista a GloboNews.
Os primeiros atendimentos às vítimas
foram dados no estacionamento de um supermercado ao lado da boate Kiss, que
fica no centro da cidade. Nem todos os corpos haviam sido retirados do local às
10h da manhã.
Homens com picaretas tentavam quebrar as
paredes para ter acesso ao local e resgatar as vítimas.
Os familiares estão sendo reunidos no
Centro Desportivo Municipal para fazer cadastro e reconhecimento de corpos,
segundo informações do comando da Brigada Militar da cidade.
A delegada Luíza Sousa, da 2a Delegacia
de Polícia Civil, disse que acontecia um show de uma banda gaúcha quando um dos
integrantes soltou um sinalizador dentro do local.
A faísca desse sinalizador tocou o teto,
que tinha um revestimento de isopor. "O fogo espalhou-se em
segundos", disse a delegada à Reuters.A delegada informou que um dos
fatores para o agravamento da tragédia é que havia um grande número de carros
estacionados na porta do estabelecimento, o que impediu a saída das pessoas.
Ela disse, porém, que os carros não estava irregulares e que era permitido o
estacionamento no local.
O major Ilvair Vianna, diretor do
Hospital da Brigada Militar de Santa Maria, informou que chegaram mais de duas
dúzias de feridos ao hospital.
"O que deixou a situação mais
difícil parece que foi a saída. Tudo está meio confuso no momento. Ainda bem
que a infraestrutura daqui é boa, conseguimos dar pronto socorro a muitas das
vítimas", disse ele no início da manhã à Reuters.
Segundo a Brigada Militar, foi montado um
centro de operações, com forças policiais e de saúde. A polícia e o Corpo de
Bombeiros ainda trabalham na área da tragédia.
O governador do Estado, Tarso Genro, está
a caminho da cidade, a cerca de 350 quilômetros da capital Porto Alegre e com
cerca de 260 mil habitantes.
A presidente Dilma Rousseff, que estava
no Chile, cancelou os compromissos no país e antecipou o retorno ao Brasil.
Dilma deve ir a Santa Maria, segundo a assessoria da Presidência.
Em entrevista, Dilma disse que a cidade
possui uma boa estrutura e que ministros estavam a caminho para prestar apoio.
"Neste momento de tristeza estamos
juntos e iremos superar mantendo a tristeza", afirmou, emocionada.
(Reportagem de Ana Flor, Guillermo
Parra-Bernal e Esteban Israel em São Paulo)
(atualizado às 11:45
(horário brasileiro de verão) do dia 27/01/13
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